O grafeno, formado por átomos de carbono, tem sido considerado o futuro da tecnologia no mundo todo. Segundo cientistas, o material, que é quase transparente, é o mais resistente, o mais fino do planeta e um excelente condutor de eletricidade e calor. A substância pode vir a substituir chips de
processamento feitos de silício, camisinhas de plástico ou látex e inovar o mercado de televisões e smartphones, com displays flexíveis e transparentes.
Partículas de hidrogênio no grafeno (Foto: UCL Mathematical and Physical Sciences/Creative Commons) |
Os primeiros estudos surgiram em 1947, quando o grafeno era utilizado no material de lápis. Só 40 anos mais tarde, a substância de átomos de carbono seria combinada com eletricidade, por sua condutividade. A carga elétrica com grafeno foi estudada em torno de 1984. É o que informa a Universidade de Manchester, no Reino Unido.
Foi em 1987 que o material começou a ser usado com eletricidade. O termo “grafeno” passou a ser popularizado neste ano, pelo trabalho do químico alemão Hanns-Peter Boehm. Andre Geim e Kostya Novoselov, da Universidade de Manchester, transformaram o elemento em um produto confiável em 2004. A dupla ganhou o Nobel da Física em 2010 por seu trabalho em conjunto.
Kostya Novoselov explorou o grafeno como uma superfície ultrafina para condução de eletricidade. De acordo com o Laboratório de Lawrence Berkeley, na Califórnia, a tecnologia é o "2D" que tornará os eletrônicos mais rápidos futuramente. Ele ganhou esse apelido de "duas dimensões" por ser uma camada muito pouco espessa nos circuitos, intercalada entre outros componentes.
Investimento no Brasil
O circuito de silício dominou a informática, e o grafeno pode ser um passo para o futuro, encerrando a chamada "era do silício". O Brasil entrou na briga para desenvolver essa tecnologia, e a Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo, anunciou o investimento de R$ 20 milhões para a criação de um centro de estudos do novo material. O centro de pesquisas MackGrafe será inaugurado neste ano, mas já estava sendo arquitetado desde 2012, e pretende pesquisar nanopartículas.
A IBM afirmou, em julho, que o avanço dessa nova substância pode restaurar a Lei de Moore em 2020, que aumenta o rendimento dos chips em 100% a cada 18 meses na indústria tecnológica. Recentemente, os processadores Intel e de marcas concorrentes não têm expandido da maneira esperada, por limitações físicas.
Dentro do investimento total da Mackenzie, as pesquisas do grafeno receberam R$ 9,8 milhões da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) também participa do projeto. Se os pesquisadores brasileiros fornecerem contribuições especiais na pesquisa do grafeno, teremos uma chance de despontar com essa tecnologia em nosso país.
O grafeno pode entrar no mercado de smartphones
Os celulares estão mais finos, ganhando telas curvas e mais leves. Substituindo o silício, o grafeno é até 100 vezes mais forte do que o aço. Eles seriam o material ideal para smartphones com telas sensíveis ao toque.
Conforme dados da agência Bloomberg, as gigantes Google, Samsung e Apple estão na corrida para dominar a tecnologia do grafeno. As três empresas são os maiores nomes em um mercado de celulares dominado pelos sistemas iOS e Android.
A Samsung investe em telas grandes, acima de cinco polegadas, e seus rivais, como a LG, já produzem smartphones de tela curva. O grafeno seria o material ideal para o funcionamento dos circuitos. O elemento não está gerando brigas por patentes ainda. Futuramente, pode ser que o grafeno esteja entre as discussões das empresas.
Grafeno pode mudar o uso de lentes
Google se prepara para desenvolver lentes que medem glicose para diabéticos (Foto: Divulgação/Google)
O Google anunciou lentes de contato conectadas com gadgets neste ano. O pesquisador Zhaohui Zhong e outros da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo lentes que utilizem o grafeno como material.
Essa pesquisa evidencia que a substância pode estar mais próxima do que imaginamos. Como o grafeno está sendo estudado em smartphones, é muito provável que ele seja base para lentes de contato high-tech e óculos inteligentes, como o Google Glass.
Bill Gates quer levar o grafeno para a camisinha
Bill and Melinda Gates Foundation pesquisa sobre novo preservativo (Foto: Maik Meid/Creative Commons) |
O grafeno seria o material ideal para uma camisinha. Fino e maleável, é 100 vezes mais resistente do que o ferro. Bill Gates investe em 11 grupos de pesquisa no desenvolvimento desse tipo de preservativo. Essa camisinha, se for realmente feita de grafeno, terá uma resistência muito maior aos furos que podem ocorrer com os modelos de plástico ou látex.
Fonte: [Techtudo]
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